segunda-feira, 26 de novembro de 2012

1º de Agosto - Taça dos Clubes Campeões - Tanger 2012

 

Boa tarde amigas e amigos,

Neste momento faz perto de 4 anos que estou em Angola, foi um percurso longo e cansativo mas cá estou eu ainda a escrever desde Luanda antes da minha partida.
Acabou ontem a taça dos clubes campeões Africanos. Vencemos 7 jogos em 8 dias, o penúltimo (meia final) ao Abo-sport do Congo Brazaville por 7 golos e não ganhamos ao Petro de Luanda a Final tendo perdido por 29-23. Se ganhassemos iriamos evitar a 16ª vitória consecutiva do Petro que venceu justamente esta competição. Ganhavamos ao intervalo 11-10 e 10 minutos fatais no início da 2ª parte (parcial de 6-0) determinaram o desfecho final. Foi duro pelo que trabalhamos e pela expectativa que criamos em derrubar o que parece estar sempre pré-estabelecido. Desta experiência (mais uma) fica por um lado uma recordação de tristeza pela derrota, tendo em conta a expectativa que criamos, e por outro uma sensação de missão cumprida quanto à generosidade que sempre procurei ter no desenvolvimento do meu trabalho. Quem passou num balneário, conheçe o ambiente no sucesso e no fracasso. Neste caso foi duro, mas guardarei para sempre a reacção das minhas queridas atletas quando proferi algumas palavras após o jogo, o suficiente para entendermos o que nos vai na alma. Nem tudo está bem como em qualquer âmbito da vida, mas serei sempre um fã destas mulheres que conseguiram um lugar de destaque na sua difícil sociedade e levam longe o nome do seu País surpreendendo quem as contempla. Ainda antes do jogo da final, tive oportunidade de lhes agradecer pelos momentos que passamos juntos e por tudo aquilo que lutamos.
Para elas a minha vénia!
Uma palavra de apreço para todas as atletas jovens com quem trabalhei, foram elas muitas vezes um factor extremo de motivação para trabalhar mais e melhor. Sempre me fizeram sentir nessa obrigação. Se o dia me estivesse a correr mal tudo mudava quando as via. Recordo também que tivemos o prazer de vencer o campeonato Nacional Junior em Janeiro de 2012.
À direcção do Clube Desportivo 1º de Agosto, sobretudo ao Sr. General Carlos Hendrick (Presidente) ao Sr. José De Sousa (Director do departamento de Andebol) ao Sr. António Dias (chefe de delegação a Marrocos) e ao Sr. Fernando Barbosa (director geral) deixo também o meu agradecimento por terem acreditado que poderia ajudar a modificar a história do Andebol em Angola e do clube em particular tendo em conta a hegemonia crónica do Petro de Luanda durante cerca de duas décadas. De facto conseguimos vencer o campeonato nacional em 2011 e dois campeonatos provinciais 2010 (1º título do clube) e 2012. Relembro que o 1º jogo que o Clube Desportivo 1º de agosto ganhou ao Petro foi justamente em 2010.
À direcção da Federação Angolana de Andebol, deixo o meu agradecimento pela oportunidade que me concedeu em trabalhar com atletas de eleição como são as jogadoras de Andebol Angolanas. Felizmente cumprimos todos os objectivos que nos foram propostos, vitórias no campeonato Africano de Selecções Junior (Costa do Marfim 2009) e sénior (Egipto 2010) e passar ao main round do campeonato do mundo – 11º lugar (China 2009).

Não poderia esqueçer pessoas que de alguma forma mais ou menos perceptivel combateram ao meu lado, a todos eles o meu forte agradecimento, Nelson Catito que tanto me ajudou ao longo de todo o caminho, Beto Ferreira, Palmira Barbosa, Pedro Pinto, Vitor Tolda, Pedro Barny, João Oliveira, Quinteiro Gilberto Teresa, Rui Conceição, Miguel Adão, Helder Serja (director de instalações) António Catraio, Marco Arraya, António Costa, Vilma Lourenço, Etelvina Mateus, Agostinho, Teresa Joaquim, Justina Praça, Bebiana Sabino, Ana Seabra, Laura Craciun, Luísa Roque, Nádia Cruz, todos os funcionários dos complexos desportivos do Miramar (especialmente o Veríssimo) e do RI20, todas as pessoas do restaurante Veneza em Luanda(especialmente o Tunga, a Alice e a Morena) e muitos outros que desde já peço desculpa não referir porque a lista seria imensa. Agradeço aos meus amigos incondicionais que à distância estiveram sempre perto. Aos meus pais que sempre apoiaram as minhas decisões, o meu muito obrigado por se preocuparem comigo mesmo tendo 47 anos. Agradeço aos meus filhos por confiarem que sou o melhor treinador do mundo. Como estão a crescer sem eu dar por isso não sei durante quanto tempo mais irei gozar deste estatuto. Por fim a minha esposa Montserrat, que me ajuda a focar nas coisas importantes, consegue ter paciencia para estar à minha espera e é claramente para mim uma forte inspiração para continuar a traçar o caminho que acho que devo percorrer.

Podem todos contar comigo, nunca irei desistir!