Os aspectos psicológicos podem ser decisivos na prestação do guarda – redes e influenciar positivamente o seu rendimento (Latiskevits, 1991; Ribeiro, 2002; Rivière, 1989).
A capacidade do guarda – redes reagir o mais rápido possível a qualquer estímulo está directamente associada à atenção e concentração que deverá manter ao longo de todo o jogo. Todo o processo mental de acção e reacção ao remate realiza-se num curto espaço de tempo (centésimas de segundo), em que a decisão, o tempo de reacção e a responsabilidade estão incluídos.
Durante os 60 minutos do jogo o guarda – redes está sujeito a múltiplos estímulos, agindo muitas vezes num estado de tensão elevada devido ao “stress” da competição. Como tal, é muito importante que consiga manter-se atento e concentrado ao longo de todo o tempo do jogo, de forma a reagir o mais rapidamente possível a qualquer estímulo (Latiskevits, 1991; Antón, 2000).
Zeier (1987) considera que a atenção do guarda – redes se deve centrar no movimento do jogador atacante, pois este é o factor preponderante para a reacção, e não a trajectória da bola. A fase de concentração pode reduzir o tempo de reacção, e principalmente o tempo de latência. Como tal, o guarda – redes necessita de um bom conhecimento das hipóteses do adversário para assim reduzir as suas alternativas de acção e, consequentemente, a variedade de soluções. Quanto menos soluções para optar, mais rapidamente o guarda – redes decide e o tempo de reacção diminui.
A antecipação consiste em prever as acções, movimentos e trajectórias do adversário, ou seja, reside na capacidade de “ler” as movimentações do adversário e a partir dai prever as acções seguintes. O Guarda – redes não deve detectar apenas as informações ligadas à trajectória da bola (direcção, velocidade, distância), mas também os indicadores dessa trajectória contidos no comportamento do rematador.
Parece pois pertinente desenvolver de forma mais aprofundada estes dois últimos aspectos: atenção/concentração e antecipação.
Considera-se técnica desportiva, os processos desenvolvidos, geralmente pela prática, para resolver determinado problema motor da forma mais racional e económica. A técnica de uma modalidade desportiva corresponde a um certo tipo de motor ideal que, mesmo conservando as suas características motoras, pode sofrer uma modificação que corresponde aos dados individuais (Weineck, 1986).
Spate (1993) considera que não existe uma técnica normalizada de base. A melhor técnica para um guarda – redes é a que for mais eficiente, dependendo sempre da sua constituição somática e condição física. O guarda – redes escolhe um modelo de técnica de base, a qual é corrigida e aperfeiçoada ao longo da vida, tendo em conta a sua experiência, a evolução da modalidade e a técnica de remate dos adversários.
A táctica segundo Sánchez (2002) está relacionada com a execução de um gesto técnico adequado, num momento oportuno, de forma a se conseguir um objectivo concreto. Esta acção deverá ser realizada em função das condutas dos adversários, dos nossos companheiros de equipa e naturalmente da bola. Para tal a noção e domínio de espaço e tempo, associados a questões perceptivas, antecipativas e sensoriais são determinantes quanto à análise da situação, tratamento da informação e selecção adequada de uma resposta motora eficaz. Como refere Espar (1998), táctica individual é a utilização inteligente da técnica, isto é, em determinado momento utilizar o gesto técnico apropriado, escolhido dentro do seu reportório gestual.
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