terça-feira, 2 de setembro de 2008

Efeito concorrente do treino da força e da resistência (Parte VI)

Para examinar os efeitos que decorrem do treino de resistência intermitente combinado com treino da força (treino em circuito) sobre a capacidade aeróbia no que respeita à sequência utilizada na mesma sessão, Chtara et. al. (2005) levaram a efeito um estudo com 48 estudantes de desporto distribuídos em diferentes grupos de trabalho sugerindo que, na mesma sessão, o treino em circuito aplicado imediatamente após o treino aeróbio (TR+TF), produz maiores ganhos de capacidade aeróbia do que uma ordem de treino oposta ou mesmo do treino de resistência e de força efectuado separadamente.

Em termos práticos, a evidência de fadiga sugere que quando programamos treino de força e resistência (potência/capacidade) para o mesmo dia, o trabalho de força deve ser efectuado pela manhã e o de resistência ao final da tarde. Deve atender-se também ao tipo de grupos musculares maioritariamente envolvidos no treino da manhã que deverá diferir do treino da tarde. Ou seja, se planificamos treino da força do trem superior de manhã, poderemos trabalhar potência ou capacidade aeróbia ao final da tarde.
Resposta muscular: Quanto ao recrutamento das fibras musculares de acordo com o tipo de treino efectuado verifica-se que, durante o treino com orientação aeróbia as fibras maioritariamente recrutadas são do tipo I (lentas) e IIa (oxidativas rápidas). Por outro lado, se o treino for orientado para desenvolver níveis de força, as fibras mais solicitadas são do tipo IIa (oxidativas rápidas) e IIb (glicoliticas). Este facto sugere que desde que o treino aeróbio seja de moderada intensidade, a interferência que poderá ocorrer no treino da força será mínima inexistente. O mesmo já não se verifica se o treino aeróbio for de alta intensidade ou prolongado podendo interferir na capacidade para adquirir mais força.

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