segunda-feira, 11 de maio de 2009

III Clinic Associação de Andebol do Faial


Pude constatar numa ilha algures nos Açores que o Andebol está vivo e bem vivo. Podia estar melhor, isso é certo, mas existem motivos de sobra que condicionam uma progressão sustentada. Abandonar a ilha para encetar uma carreira universitária é uma das razões fortes que por vezes justificam um abandono precoce. Por outro lado as dificuldades de comunicação (sobretudo pelo encargo financeiro) entre as ilhas e com o continente também são um factor importante que desliga os mais novos da oportunidade de competir com maior regularidade. Estas e outras condições fazem com que eu tenha que atribuir um valor inestimável a pessoas como o Filipe Duque ou o Mário Bettencourt (entre outros que me merecem todo o respeito) que todos os dias remam contra a maré (nada melhor dito) para conseguir manter um espaço que já foi conquistado mas que necessita de uma constante presença e sobretudo de muitas e boas ideias. Pareceu-me impressionante o histórico do Filipe que me permite entender a paixão deste Açoriano pelo Andebol. Ainda jovem, ao contrário dos companheiros trocou desde cedo o futebol, as touradas à corda típicas da ilha terceira e os filmes do clube de vídeo pelo andebol. Via jogos de andebol captados por uma antena parabólica de um amigo e treinador que os gravava e fornecia constantemente. Em 1994 veio para o continente sem os pais para assistir ao I campeonato da Europa, conseguindo um espólio em autógrafos que ainda hoje guarda religiosamente. Como acredito que podem haver mais Açorianos como o Filipe, espero sinceramente que o Andebol cresça em função da sua entrega, sabendo que para isso é necessária a colaboração (muita ou pouca) de todos.
Uma pequena história: No final de uma das sessões práticas, brincava eu com 2 atletas juvenis num jogo de passe dentro do circulo (2X1). Quando terminamos, fiquei estupefacto com um grupo de miúdos infantis que desceram da bancada, pegaram numa bola e começaram pouco a pouco a reproduzir o jogo que tínhamos feito antes. É curioso, porque tinham a baliza disponível e optaram pelo nosso jogo. Não resisti e fui também jogar com eles, a cada passe procuravam imitar-me sobretudo com passes de costas e com efeito. Soltavam uma risada sempre que o conseguiam fazer com êxito. Isto fez-me pensar que o prazer do jogo seja ele qual for é fundamental para aprender e progredir.

Forte abraço a todos os participantes (treinadoras, treinadores, dirigentes e atletas) no clinic!
Desejo tudo de bom ao andebol dos Açores!

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