Disponibilizo parte do relatório, por poder ser interessante para os treinadores que consultam este blogue:
..."Para delimitar uma linha de trabalho, determinamos sistemas defensivos principais e alternativos para cada uma das selecções (Cadete – 3:2:1 com adaptações; 5:1/6:0 e Júnior – 5:1; 6:0/defesas mistas) e a forma de jogar no ataque (Cadete – Jogo livre baseado em princípios; Júnior – Jogo livre baseado em princípios em alternância com jogo dirigido), uniformizamos as ideias defensivas relacionadas com a forma de resolver problemas, sobretudo em situação de 1X1 e pequenos grupos (2X2 e 3X3) com trabalhos de defesa adaptativa, incidimos em exercícios similares a ambas as selecções associados à tomada de decisão ofensiva e demos uma atenção especial ao trabalho de força tendo em conta a idade das atletas e as suas necessidades funcionais não só para jogar como também ao nível da prevenção da lesão. Foi necessário articular o trabalho com um pólo de jogadoras em Benguela que me fez deslocar aí com o objectivo de que esse trabalho tivesse rotinas similares com o trabalho efectuado em Luanda com a maioria das atletas à nossa disposição"...
..."Com o decorrer dos trabalhos foi perceptível uma melhoria no comportamento defensivo de algumas atletas. Começaram a implicar mais o tronco nas acções de contacto, utilizaram a posição de base (orientação do tronco e colocação assimétrica das pernas) com correcção e oportunidade, diferenciaram o tipo de deslocamento em função do espaço e da actividade defensiva a realizar, posicionaram-se no campo (sobretudo as defensoras avançadas) mantendo dentro do possível o par e a bola no campo visual, etc. As competências ao nível dos diferentes postos defensivos foram progressivamente sendo entendidas por todos e levadas à prática para resolver problemas contínuos colocados pelo ataque. No ataque percebemos a melhoria de alguns comportamentos que facilitam a acção, tais como: Não jogar demasiado perto das defensoras (redução do campo visual), jogar sem bola para alcançar espaços úteis e atacar o espaço inter-defensoras com diminuição do jogo 1X1 (também importante em determinadas circunstâncias). Outro factor em que incidimos (relativo às fases de transição ofensiva e defensiva) foi que as atletas pudessem rapidamente reconhecer o seu papel enquanto atacante ou defensora para daí obterem vantagem, até porque sabemos que num espaço curto o que chega primeiro é o que parte primeiro e não necessariamente o que corre mais rápido. Foram aplicados diversos exercícios em que a alternância de papeis era visível e a ordem na transição um pressuposto essencial. Gradualmente foi criada uma estrutura idêntica em ambas as selecções com a extrema esquerda a defender como defensora avançada e a central ofensiva a defender no exterior (na ponta). Esta dinâmica de transição ofensiva será também um modelo a desenvolver na equipa sénior colocando assim todas as selecções em perfeito alinhamento no que respeita a este e outros aspectos do jogo, nomeadamente situações especiais (ataque em assimetria e marcação de livres) em que se percebia uma identidade quando jogava uma e outra selecção"...
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