sábado, 18 de agosto de 2012

Defesa adaptativa 20 (Última parte)


Conclusão
Com este conjunto de exercícios de maior ou menor complexidade, podemos abordar todos os sistemas defensivos. São trabalhos que podem ser utilizados em todos os escalões de competição, desde que já existam condições mínimas de realização técnica e táctica ao nível das competências básicas defensivas, nomeadamente, posição de base, deslocamentos, conceito de cobertura e ajuda bem como o deslizamento e a troca de marcação. Em etapas de iniciação, embora o jogo reduzido em espaço amplo seja a base também para aprender a defender, poderemos recorrer aos exercícios apresentados com menor número de elementos manipulando variáveis como o espaço ou o tempo e também regras tais como a impossibilidade de cometer falta exacerbando comportamentos associados à dissuasão, intercepção ou obstrução de trajectórias. Em etapas de aperfeiçoamento e especialização, para além dos exercícios de 2X2 para a consolidação de detalhes individuais e de grupo, como a marcação em proximidade ou tomadas de decisão que resultem em troca ou deslizamento, devem ser incrementados trabalhos com maior número de elementos para elevar a complexidade do trabalho. Elevar a complexidade, significa treinar para jogar. Objectivos como: orientar para obter o melhor campo visual, impedir circulação cómoda de jogadores, oferecer zonas desfavoráveis e fechar espaços úteis aos atacantes, relacionar-se com defensores pares ou ímpares (alinhar/escalonar), actuar sobre o portador ou sobre a circulação da bola, fintar, entre outros, são tudo propósitos a ter em conta. Este comportamento técnico-táctico, quando aplicado de forma adequada no tempo e na forma, conduz à resolução de problemas com a antecipação necessária exigida para se obter rendimentos defensivos de excelência.

Com a aplicação de um programa de trabalho defensivo com estas características, podemos desenvolver as ferramentas indispensáveis para obter defensores que actuam tomando decisões. É certo que as regras são necessárias e decisivas para um bom funcionamento defensivo, no entanto, um bom defensor deve ter a capacidade de manipular elementos que possam alterar de forma consecutiva e imprevisível essas regras, transformando-as noutras conhecidas pelos seus pares mas ambíguas para os oponentes. Na actualidade, defensores que somente observam e reagem em função do contexto, são defensores que não exploram na plenitude a sua missão no jogo, ou seja, conquistar a posse da bola elevando ao máximo as possibilidades de impedir o golo.   

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