sexta-feira, 23 de maio de 2008

O Guarda-Redes de Andebol (2ªparte)

3. Aquisição de uma técnica


A principal ideia comum a todas as escolas de guarda-redes é evitar que a bola entre na baliza. No entanto existem outros aspectos técnicos que são comuns a todas elas. Deverão ser estes os aspectos fundamentais a ensinar ao jovem guarda-redes visto que este ainda não entrou numa etapa de especialização e ainda não escolheu uma técnica final. A assimilação destes aspectos técnicos comuns pode no futuro facilitar o especialização do guarda-redes numa só técnica que se adequada às suas características.
Para Olson (2000, 2001), os principais aspectos técnicos comuns a todas as escolas de guarda-redes referem-se à posição das pernas e dos braços para além da atitude e do trabalho físico.
A colocação das mãos deverá ser semelhante à de um pugilista, à frente do peito e à altura do queixo dentro do campo visual do guarda-redes, os dedos devem encontrar-se ligeiramente flectidos. Esta posição permite todo o tipo de deslocamentos laterais e em profundidade sem perda de equilíbrio. As mãos encontram-se, assim, no centro de actuação deste jogador, estão à mesma distância tanto nos remates para cima como nos remates para baixo, Olson (2000, 2001).
Devemos evitar uma posição base de defesa onde os guarda-redes tenham a tendência de colocar os braços elevados acima da cabeça ou ligeiramente ao lado por forma a cobrir os ângulos de remate, são posições que retardam os movimentos, provocam desequilíbrios e acabam mesmo por se tornar desconfortáveis para os atletas.
O trabalho dos membros inferiores é fundamental. A posição base deve ser obtida com os joelhos flectidos e os calcanhares ligeiramente elevados. Os pés deverão estar afastados oscilando a distância entre os 40 e os 70 cm, Olson (2000; 2001).
Uma postura de pernas errada que algumas vezes se verifica em guarda-redes mais baixos caracteriza-se por estes defenderem nas pontas dos pés e com as pernas em extensão, pretendem assim compensar a sua falta de altura sem daí não tirarem nenhum proveito. A melhor forma de compensar esta falta de altura “é adoptar uma boa posição defensiva, o que aliado a uma boa forma física permite ter força suficiente para chegar ás bolas”, (Olson, 2001; pp. 19). Como meio privilegiado de impulsão deve-se sempre utilizar a perna contrária ao lado onde se dirige a bola, assim o guarda-redes tem sempre a outra perna livre para intervir em qualquer altura. Um bom trabalho de musculação pode ajudar a melhorar em muito esta acção técnica.
A manutenção do contacto visual com a bola é um aspecto importantíssimo na formação do guarda-redes, Olson (2000). Durante um jogo a sua atenção deverá estar distribuída por todos os aspectos internos (movimentações dos adversários e dos colegas de equipa), mas o contacto visual com a bola nunca pode ser quebrado. Este é um aspecto que é treinável, especialmente nos aquecimentos dos guarda-redes quando há sessões seguidas de remates. O treinador deverá instruir o guarda-redes no sentido de que estes devem olhar sempre a bola até a defenderem ou deixarem entrar na baliza e deverá organizar os exercícios de forma a que exista um certo timming entre cada remate, assim o guarda-redes terá tempo de defender uma bola e entrar em contacto visual com a próxima. Desta forma podemos potenciar o facto de o guarda-redes num jogo nunca perder o contacto visual com a bola.

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