e-mail enviado por Mário Navarro em 28/5/08:
Fig. 4 – 2X2 em espaço amplo (defensores alinhados e escalonados)
Em ambos os casos, com o desenrolar do exercício, podemos encontrar todos os meios tácticos de grupo, enfatizando no primeiro o deslizamento e no segundo a troca de marcação. A estrutura do exercício pode ser modificada de acordo com os objectivos a atingir. Se por exemplo no primeiro caso o jogador com bola não tiver um colaborador como apoio, ao ter que utilizar o drible, o seu defensor par pode procurar condições para utilizar o desarme, ao mesmo tempo que deve deslizar sem trocar de oponente.
Tendo como ideia principal a utilização do deslizamento como meio táctico de grupo, é possível introduzir outros elementos a potenciar de acordo com o formato do exercício, já que a existência de um colaborador como apoio pode potenciar a utilização da dissuasão ou mesmo da intercepção. Desta forma condicionamos o início do exercício para que possamos ver reflectidos determinados conteúdos tácticos, posteriormente, a continuidade do exercício determina a tomada de decisão dos defensores. Dada a interactividade do jogo, o primeiro exercício pode atingir características do segundo e vice-versa, no entanto os dois defensores devem ter como propósito controlar os oponentes de forma a estarem sempre no seu campo visual. Assim potenciamos a utilização de meios tácticos associados à marcação do oponente em proximidade e à distância, onde a obstrução de trajectórias é constante, bem como a utilização adequada da posição do tronco. Como o espaço é amplo, é necessário utilizar diferentes tipos de deslocamento. No segundo exercício (defensores alinhados), os defensores devem procurar manter o alinhamento defensivo.
A figura 5, mostra um exercício com característica mais complexas, onde podemos observar todos os conteúdos a trabalhar na defesa independentemente do formato defensivo que possamos considerar numa fase posterior. Aqui aparecem diferentes e variados elementos tácticos, individuais e de grupo, isolados ou em relação com outros. Note-se que o exercício decorre em espaço amplo enriquecendo o trabalho desenvolvido pelos apoios, dada a necessária variedade de deslocamentos.
Em determinadas circunstâncias, poderíamos fazer uma translação destes dispositivos para formatos defensivos normalmente utilizados, como se pode observar nos exemplos da figura 6
Fig. 6 – Relações possíveis entre defensores contíguos em diferentes sistemas defensivos
A relação que se estabelece entre os defensores de acordo com determinadas variáveis, deve estar clarificada tendo em conta as competências de cada posto específico. Esta variação depende do tempo, do espaço, da localização dos companheiros (especialmente dos postos contíguos), dos adversários e da bola.
Tendo como base estas variáveis, poderemos construir regras de funcionamento de um determinado sistema de forma a construir padrões perceptivos que conduzam a formas de actuação coordenada entre os diferentes intervenientes.
Existem diferentes sistemas defensivos e variantes dentro do mesmo formato que nos permitem afirmar que, na actualidade um sistema defensivo é apenas um ponto de partida. Ainda que consideremos um mesmo sistema defensivo, verificamos uma grande variabilidade quanto a regras de funcionamento.
1 comentário:
boas noites,
agradeço a sua colaboração neste assunto que a meu ver é bastante importante e que fez-me reflectir bastante...
mário navarro
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