sexta-feira, 25 de julho de 2008

Possibilidade de organização táctica para momentos especiais do jogo de andebol: Ataque em Superioridade e Inferioridade Numérica (parte VIII).


Fig.7 – Possíveis soluções para culminar o ataque utilizando o sistema de continuidade.


O ED após cruzamento com o LD deve procurar espaços que possam gerar perigo antes ou depois de passar a bola ao LE. Normalmente, os extremos são jogadores com maior mobilidade que os defensores centrais ou laterais pelo que é um factor a explorar nesta circunstância. Assim, deve observar a disposição dos defensores, procurando a melhor trajectória e orientação para poder seleccionar a melhor opção (tendo condições, o remate da 1ªlinha não deve ser excluído). De entre as possíveis opções, destaca-se um ecrã sobre o central ou o defensor lateral (se estão pouco profundos), para o LE beneficiar com remate da 1ª linha, mudança de direcção para o exterior para encontrar relação com o LD (que sai para o exterior ou cruza), após passe ao LE introduz-se na defesa entre os defensores central e lateral, ou entre o lateral e o exterior, a cortina do ED pode proporcionar também remate da 1ª linha do LE. Se a bola entra no EE e dependendo da colocação do ED (agora como pivot) as relações multiplicam-se. O sucesso deste tipo de acções depende do grau de relação existente entre os jogadores para reconhecerem os indícios associados aos diferentes comportamentos. O saber usar o drible e a capacidade para mudar de ritmo são ferramentas fundamentais para criar reais desequilíbrios. Trabalhar estes ou outros elementos tácticos de forma sequencial, permite a partir de ideias base construir um jogo sustentado quanto ao modo e tempo. Não deve ser excluído o jogo aéreo com o EE ou mesmo com o LE.
A figura 8 mostra (para além da relação de passe possível entre o EE e o ED agora a pivot) que a reposição do ED após o movimento de continuidade, pode abrir mais possibilidades resultantes do natural incremento de profundidade do sistema defensivo. Recordemos que neste caso, sempre consideramos uma marcação estrita ao central, existindo muito espaço entre linhas defensivas, no entanto, se o defensor avançado cooperar com a primeira linha defensiva com dissuasão do passe ou procurando criar duelos 2X1, devem ser planificados outro tipo de movimentos e relações ofensivas para chegar ao golo, até porque um defensor avançado activo pode provocar erros de passe ou faltas de atacante e dificulta a fixação do defensor central previsto no movimento inicial. Consequentemente, se o defensor avançado iniciar profundo com defesa estrita ao central para posteriormente cooperar com a 1ª linha defensiva, é necessário encontrar soluções de continuidade em que o central possa intervir, como apoio, mantendo a estrutura do movimento, ou como possível finalizador.


Fig.8 – A profundidade natural dos defensores, gera espaços que devem ser explorados.


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