quinta-feira, 14 de agosto de 2008

O Guarda-Redes de Andebol (Parte IV)



A pré-defesa traduz-se no momento em que o guarda – redes regressa ao equilíbrio após o deslocamento na baliza. Este momento serve para se opor ou enganar o adversário (Gallet, 1995).
A defesa propriamente dita ao remate do adversário é condicionada por um período preparatório. Os deslocamentos atentos do guarda – redes na baliza decorrem de uma actividade mental que preparam a acção. O guarda – redes tem a percepção da aproximação do remate, começando então a verdadeira pré-defesa. O guarda – redes joga em função da análise da situação, ou seja, trava um duelo mental com o adversário no sentido de jogar na antecipação (Riviére, 1989).
Para Constantini (s/d) é neste momento que o guarda-redes analisa as suas probabilidades: com tempo para observar, decide se realiza finte ou investe na acção de defesa; sem tempo e sem espaço ocupa o maior espaço possível diminuindo os ângulos; sem tempo e com espaço ataca o rematador para “abafar” o remate.
Neste momento designado de pré-defesa, o guarda – redes entra em equilíbrio, prepara-se para a acção, analisa a situação e opta pelo gesto ou técnica mais apropriada. Nesta análise a experiência é um factor preponderante, pois através do conhecimento que dispõe do adversário, da colocação da bola, do local de remate e do gesto do rematador, avalia a trajectória mais provável da bola. Assim, o guarda – redes age na base da antecipação e das probabilidades, o que lhe permite prever a sua acção motriz e, eventualmente, alcançar uma melhor eficácia.

Observação

No caso específico do guarda-redes sugere-se que a observação se centre em dois momentos:
- Pré competitivo, onde se analisa os adversários, tipo de remate, local de remate, trajectória do mesmo e relação com a linha de corrida, etc. Entende-se que o desempenho do guarda-redes não é determinado apenas, pelo treino de técnicas de defesa de diversos tipos de remate, o conhecimento prévio das características dos jogadores adversários, são informações de vital importância para o guarda-redes que os poderá auxiliar na actuação em jogo (Greco, 2002). O conhecimento prévio das formas e localização preferidas de cada rematador constituem uma ajuda preciosa.
- Competitivo, onde se analisa os movimentos do braço de remate, o tronco, a trajectória do jogador, o tipo de oposição, e todos os pormenores que possam indicar uma eventual colocação ou tipo de remate, e assim antecipar o gesto de defesa.
Segundo Pascual (2004) o guarda-redes tem de gerir grande quantidade de informação (estímulos) que pode receber, e dela depende o seu rendimento eficaz no jogo. Além de ver um remate deve também interpretá-lo apoiando-se na sua experiência anterior A escolha da colocação e a técnica de defesa estão directamente relacionadas com a observação realizada (Greco, 2002).

2 comentários:

lucho disse...

Apesar de não praticar a modalidade, sou desde sempre um grande adepto do andebol. E venho cá sempre q possível instruir-me:)

Estive ontem na Póvoa e assisti ao Porto/Cangas (a sua anterior equipa). Ganhou o FCP por 30-29.

Está a trabalhar em alguma equipa esta época?
Abraço.

Paulo Pereira disse...

Bom dia Lucho é sempre com prazer que falo consigo.
Neste momento não estou a trabalhar em nenhuma equipa, dado que comuniquei ao Cangas em Fevereiro passado que não iria continuar na época seguinte. Ainda que tivessem surgido algumas ofertas (que tive que recusar), devo esperar o melhor momento e o melhor projecto. A vida de treinador é assim, pelo que devemos estar preparados para uma vida nómada e volátil. Faço como as águias Mexicanas, que migram para o deserto, arrancam as penas velhas e pesadas e o bico para posterior renovação, regressando mais leves e com melhores possibilidades de se alimentarem, por isso vivem mais tempo. Devo passar por isso, enquanto sentir que vale a pena, por mim e pela minha família. Depois se verá!...