sexta-feira, 14 de novembro de 2008

"Estratégia global"

Recebi este e-mail de um treinador a quem desde já agradeço a amabilidade, que levanta algumas questões de fundo importantes do nosso Andebol e que por si só podem sugerir algumas reflexões.

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Aproveitava para lhe dizer que penso que o seu blogue pode ser uma mais-valia. A sua notoriedade e credibilidade emparelhadas com o potencial da internet, podem facilitar e promover a discussão séria entre todos os intervenientes da modalidade.

Achei extremamente interessante o debate acerca da defesa na iniciação. É realmente uma discussão importante e útil, que tem o ónus positivo de não ter uma forma correcta de resolução. Mas o assunto que me traz aqui é outro e espero que ele seja válido para este espaço. Sem qualquer tipo de desprimor pelas questões puramente técnicas, acho que urge, no seio do andebol português, uma discussão mais indispensável e que não sei exactamente como chamar e explicar (talvez: estratégia global)
Vamos ver se me consigo fazer entender. Elaborei uma lista de alguns problemas que afectam o sucesso do nosso andebol pela negativa.

Aspectos de Gestão

1 - O problema da “demografia” dos clubes em Portugal.
2 – A falta de estruturas directivas e técnicas na maior parte dos clubes.
3 – A insuficiência de infra-estruturas e a não elaboração de estratégias de resolução.
4 – Problemas económicos e estratégias financeiras.
5 – Instabilidade Política (diferendo entre Federação e Liga Profissional; regras técnicas e faixas etárias)
6 – Desistência de talentos pela não existência de uma carreira profissional que lhes permita a sobrevivência.
7 – A não existência de um órgão de consultadoria dentro da federação que oriente os clubes para resolverem os seus problemas.

Aspectos técnicos

1 – A não existência de todos os escalões na maior parte dos clubes; a quase total inexistência dos escalões de minis e Bambis.
2 – Primeiras divisões nacionais nos escalões de formação de Juvenis e Juniores sem jogadores de qualidade antropométrica.
3 – A não existência de regras que obriguem os treinadores nos escalões de Minis, de infantis e de iniciados a utilizar todos os atletas inscritos ao jogo.

Estes são alguns dos temas fundos da nossa realidade, em minha opinião, e preocupa-me a suspeição de que não exista um projecto estratégico, interdisciplinar e competente, que se proponha a resolver estas debilidades, nem que seja, a longo prazo.

3 comentários:

Anónimo disse...

Estes problemas, todos mais ou menos sabemos que existem, o necessário é apontar soluções...

Anónimo disse...

gostaria de perceber o que é isso de "demografia" dos clubes

Anónimo disse...

O que quis dizer com esta comunicação é que no andebol nada se planeia com principio meio e fim.

Como é possível O distrito de Braga ter a melhor formação nacional e ter apenas cinco clubes dignos de registo (agora recentemente teve o Isave?) Deveríamos aproveitar o know how já existente e explorar muito mais a região.

Como é que se justifica que concelhos como Famalicão ou Barcelos não tenham andebol?


E isto acontece em muitas outras regiões do país.

Não poderia a Federação em dialogo com a associação e com os clubes estimular o aparecimentos de novos clubes que aumentariam a competição? o Moreirense é um projecto interessante que apareceu mas são precisos mais