sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Consulta a Carlos Resende - Perguntas 3 e 4

3ª Pergunta: Tenho notado que muitas equipas, tendo laterais direitos canhotos, preferem jogar com laterais direitos dextros (vide selecção A francesa nos Jogos Olímpicos, onde Cedric Bourdet só começou “a jogar” após a lesão de Jerome Fernandez). Em que situações é que, tendo um lateral direito canhoto na equipa, considera utilizar mais tempo um lateral direito dextro?
Jorge Almeida

Resposta: Essa é uma situação demasiado complexa para ser respondida com a simplicidade de apenas equacionar o ataque! Eu, por exemplo, utilizei mais tempo, na época passada, o Bosko do que o Kavalenka e não se ficou a dever a apenas critérios ofensivos.
Quando optamos por um jogador em detrimento de outro estamos a pesar as várias fases do jogo, uma vez que se torna impensável utilizar exclusivamente os melhores em cada fase, mas antes, aqueles que melhor servem o compromisso da equipa.
Devo confessar que apesar de estar consciente dos resultados que boas equipas têm tido com a utilização de um lateral direito dextro, o jogo tem, na minha opinião, e em termos gerais, mais soluções e maior largura com a utilização de um canhoto nessa posição.

4ª Pergunta: No treino das situações de ataque, que preocupações incute aos seus jogadores quando, eventualmente, alguém da defesa rouba a bola? Há alguém destacado para, logo ali, pressionar as linhas de passe para contra-ataque (nomeadamente o jogador que ocupa a posição central da 1ª linha)?Ao treinar o ataque, costuma ter a preocupação de enquadrar isso com a recuperação defensiva? Ou só treina cada fase de jogo (neste caso, o ataque) duma maneira isolada das outras fases de jogo (recuperação defensiva, defesa, transição ofensiva)?Acha que a grande maioria dos jogadores consegue, durante a acção de ataque, estar a pensar no seu posicionamento para a recuperação defensiva, sem que tais pensamentos afectem a capacidade de finalização da equipa?

Resposta: Gosto muito de enquadrar o ataque com a recuperação defensiva e a defesa com o contra ataque/contra golo (ou reposição rápida).
Para lá das trajectórias/corredores normais da recuperação defensiva poderemos agir de forma estratégica, ou seja, atribuir responsabilidade a um ou outro atleta para sair do seu corredor e acompanhar determinado adversário, corredor ou zona!
O mais difícil no treino da recuperação defensiva resulta na mentalização dos atletas para o trabalho em prol da equipa, porque não é fácil perder a bola, e toda a carga negativa que isso transporta, e instantaneamente efectuar uma recuperação. Contudo, há que premia-lo como se de um golo trata-se!

Sem comentários: